Família faz protesto e pede Justiça por feminicídio

Maurício Barbosa

Família faz protesto e pede Justiça por feminicídio
Família se uniu para fazer vigília, pedir Justiça pelo assassinato da jovem Luanne e alertar para a violência contra as mulheres. Foto: Gilberto Ferreira (Bei)

Enquanto dentro do Fórum de Santa Maria acontecia a primeira audiência do caso Luanne Garcez da Silva, 27 anos, morta pelo ex-companheiro em abril em Santa Maria, no lado de fora amigos e familiares faziam uma vigília em protesto pela morte da jovem.

Junto a mãe da jovem, dona Daiane Garcez, a tia, Andrea, ainda bastante abalada falou sobre a intenção da manifestação e do sentimento da família.

– Ainda é muito difícil falar. Eu sempre fui o porta voz da família, de certa forma, me sinto silenciada junto com ela. Espero conseguir voltar a realmente me manifestar quando tiver esse senso de que minimamente a gente pode confiar no nosso sistema de Justiça. O Ministério Público nos acolheu de uma forma acima do esperado. Realmente trazendo humanidade no olhar deles sobre o caso da Luanne e isso já nos serve de conforto. Nos abre esperança de que seja feita Justiça. De que ele seja mantido longe da sociedade, de que ele não agrida mais nenhuma mulher. Essa luta ela é social, ela é pessoal, a dor é pessoal, mas a necessidade dela não é só nossa, é de todos – desabafa a tia.

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A irmã mais velha de Luanne também estava presente, ela falou ao repórter Gilberto Ferreira sobre a intenção do protesto, que além de pedir Justiça para o caso, alerta sobre a violência com as mulheres.

– Essa dor ela aumenta e se potencializa quando nós lembramos que ela foi vítima de feminicídio. O feminicídio que é essa expressão máxima do machismo na nossa sociedade. A luta por Justiça no caso da Luanne também é uma Justiça de pensarmos na vida e na existência das mulheres. Então nós estamos tentando ressignificar a nossa dos do luto, pela vida das mulheres. Uma mulher a cada sete horas é vítima de feminicídio no Brasil e nós não podemos simplesmente aceitar esses dados. Nós precisamos lutar pela voz das mulheres e pela vida das mulheres. Garantir a nossa existência – diz a irmã.

O crime

Luanne estava noiva de Anderson Ritzel, 26. A jovem, que era estudante de Pedagogia, foi morta por asfixia no dia 10 de abril. Anderson foi indiciado pelo crime de feminicídio com dois elementos qualificadores: motivo fútil (ideações sobre estar sendo traído) e o modo de execução (a vítima foi impossibilitada de se defender). O crime aconteceu na Rua Luiz Mallo no Bairro Itararé. Anderson foi preso em flagrante e na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) da Polícia Civil assumiu a autoria do crime.

Após a conclusão do inquérito que investiga o assassinato de Luanne Garcez da Silva e o seu encaminhamento para a 1ª Vara Criminal de Santa Maria, a Defensoria Pública do Estado (DPE) informou que está atuando na defesa do autor confesso, o estudante de Direito Anderson Ritzel, 26 anos. A defesa anexou ao processo um laudo que aponta o jovem como inimputável.

O laudo médico, realizado pelo Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), constatou que Anderson seria inimputável, ou seja, “no momento do delito ele se encontrava em estado incapaz de compreender a ilicitude do ato”. O IPF é um órgão vinculado à Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), funciona em Porto Alegre, onde Anderson está preso desde 25 de abril.

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